É impossível discutir os rumos do marketing digital sem conhecer as suas origens e o seu passado para entendermos melhor como foi que chegamos até aqui.
Há muito tempo, em uma galáxia não tão distante...
No início da década de 90, com a popularização da Internet e a facilidade de acesso aos computadores pessoais. Surgiram os primeiros websites e com eles, a descoberta incrível de que todos agora podiam ter um espaço online para colocarem suas ideias ou promoverem seus negócios de uma maneira mais eficiente e acessível.
Surgiram aí os primeiros profissionais especializados em desenvolvimento de sites, que prometiam colocar uma empresa online por valores bastante razoáveis. O problema é que poucos deles estavam preparados preparados para esse novo ambiente. A maioria dos webdesigners da época não eram formados em comunicação, muito menos em marketing. O que tornava os seus sites meros cartões de visita virtuais e não tinham como explorar todo o potencial que a Internet oferecia. Demorou um bom tempo para que a maioria dos sites deixassem de ter uma aparência amadora e passasse a oferecer alguns recursos que valessem a pena utilizar.
Demorou uns bons anos para que as primeiras lojas virtuais começassem a frutificar, vendendo a princípio localmente, depois regionalmente, expandindo para alcance nacional e até mesmo internacional, conforme nossas estruturas tecnológica e logística foram evoluindo. Nessa época, grandes redes varejistas com Lojas Americanas, Casas Bahia, Magazine Luiza, entre outros, começaram a perceber o potencial desse ambiente e passaram a investir pesado nessa modalidade de vendas pela Internet.
Um herói que se tornou vilão.
A forma de divulgação online mais acessível e eficaz naquela época era o email marketing. E o serviço tornou-se tão popular e acessível, que 90% das empresas que possuíam algum tipo de site passou a utilizá-lo regularmente. Por algumas centenas de reais, você disparava emails para uma base de centenas de milhares de emails. Era tão barato que nem precisava funcionar! Esse ambiente saiu de controle rápido com a invasão do lixo eletrônico, popularmente conhecido como SPAM. Nesse momento, divulgar seu negócio por email passou a ser considerado uma ação invasiva e incômoda.
Uma nova esperança.
Com a chegada do iPhone em 2007 e posteriormente dos smartphones com Android o mercado digital passou por uma verdadeira revolução. Junto com eles, chegaram as primeiras redes sociais. Não demorou muito para a sua integração com as plataformas de e-commerce e a princípio isso pareceu atenuar o problema dos SPAMS. Porém os anúncios que antes só chegavam pelo email, passaram a chegar também por SMS, mensagens push, pop ups, etc. Tanto as empresas de comércio eletrônico, quanto os criadores das redes sociais e de smartphones perceberam que tinham uma mina de ouro nas mãos, que era um imenso mercado consumidor a ser explorado, porém era muito complexo ainda saber o que oferecer a cada um desses consumidores de uma maneira personalizada e menos invasiva.
O Império contra-ataca.
As grandes empresas de tecnologia da época, lideradas por Apple, Google e Facebook deram início à operação Big Data... uma mineração de dados de dimensões jamais tentada antes. Essa mineração buscava essencialmente, descobrir os hábitos e gostos dos usuários a fim de oferecer esses perfis filtrados para uma comunicação mais assertiva e econômica. Agora, os aficcionados por carros passavam a receber mais propagandas de pneus e menos de lingerie. Amantes de esportes passavam a receber anúncios de corridas, academias, roupas e acessórios esportivos... e assim as bolhas de consumo foram se consolidando de forma a tornar o ambiente digital menos incômodo para os frequentadores. Fica difícil saber até que ponto isso é bom, até que ponto é ruim. Mesmo que o serviço de localização do seu celular esteja desligado, o Google Maps sabe por onde você andou. Por quais ruas costuma passar, que horas você costuma sair para ir trabalhar, que horas costuma voltar para casa... e assim, o Google vai conhecendo os hábitos individuais e coletivos e passa a conectar pessoas com hábitos semelhantes a empresas que tenham a ver com esses hábitos. Assustador? Talvez. Inevitável? Provavelmente.
O despertar da Força.
Eis que os profissionais de marketing começaram a se interessar mais pelo Big Data e tirar proveito dele para facilitar os negócios dos seus clientes. Dessa forma, passam a oferecer estratégias de comunicação mais acessíveis e eficazes de acordo com o perfil de negócio que cada empresa possui e alinhar seu planejamento com as expectativas do cliente.
Estávamos vivendo até bem pouco tempo, a era da comunicação. Passamos a viver agora, a era da segmentação. E é sobre isso que passaremos a abordar em nossos próximos posts, para que você saiba como essa segmentação pode beneficiar o seu negócio.
Nos vemos no próximo post. Um grande abraço e que o marketing esteja com você!
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